11 de agosto de 2007

Vinícius de Moraes





De tudo, ao meu amor serei atento


Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto


Que mesmo em face do maior encanto


Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento


E em seu louvor hei de espalhar meu canto


E rir meu riso e derramar meu então pranto
Ao seu pesar ou seu contentam


E assim, quando mais tarde me preocupe


Quem sabe a morte, angústia de quem vive


Quem sabe a solidão, fim de quem ama·.
Eu possa me dizer do amor (que tive)


Que não seja imortal, posto que seja chama


Mas que seja infinito enquanto dure.



(Vinícius de Moraes)