17 de novembro de 2008

CONTRA-SENSO


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Ó, meu amor, escuta, estou aqui.,
pois o teu coração bem me conhece;
eu sou aquela voz que, em tanta prece
endoideceu, chorou, gemeu por ti!
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Sou eu, sou eu que ainda não morri.
Nem a morte me quer, ao que parece,
e vinha renovar, se ainda pudesse,
as horas dolorosas que vivi.
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Ó, que insensato e louco é quem se ilude!
Quis fugir, esquecer-te, mas não pude...
Vê lá do que teus olhos são capazes!
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Deitando a vista pelo mundo além,
desisto de encontrar na vida um bem
que valha todo o mal que tu me fazes!
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Martha de Mesquita da Câmara
-1894-

15 de novembro de 2008

Ah! Quem dera