14 de dezembro de 2007


Te amo tanto que chega a doer,
doer o meu peito,
o peito que você faz sofrer.

Te amo tanto que chego a chorar,
pora não ter você
aqui para me abraçar.

Te amo tanto que só sei sofrer,
porque eu te vejo
de uma maneira que você não me vê.

Mas posso dizer que te amo tanto,
que nunca vou te esquecer,
porque esquecer você seria
esquecer o amor de viver.


Borboletas....



As Borboletas

Nestas claras manhãs de firmamento escampo,
De ar mais puro e de sol mais livremente aberto,
Qual mais linda, elas vêm, ora atrás do campo,
Ora em trêmulo enxame através do deserto,

Como ao vento esparzido um punhado de flores,
Buscar ao pé do rio as boninas singelas,
E entrecruzar-se à luz com as variadas cores,
Brancas, verdes, azuis, rajadas e amarelas.

Num ligeiro rumor indistinto, cortando
O ar, de aromas que vêm das plantas saturado,
Vejo às vezes passar o fugitivo bando,
Várzea ao longe, pairando em vôo prolongado.

Umas rente lá vão à crômula das folhas,
Outras voam mais alto, asas fechando e abrindo:
Outras lá vão do rio acompanhando as bolhas,
A água, a pena erradia e as espumas seguindo...

Té que em meio de um vale onde a corrente brame
E revolta borbulha e rodopia inquieta,
Em suspensa coluna, o selvático enxame
Baila e treme do sol à carícia secreta...

(Alberto de Oliveira)