27 de outubro de 2007

Um beija-flor




Era uma vez um beija-flor que vivia procurando uma flor... mas não qualquer flor, tinha que ser especial, notável. Visitou vários jardins, conheceu muitas flores, belas e formosas, mas seu pequeno coração almejava algo maior, não que as flores fossem vazias, pelo contrário, muitas estavam cheias de néctar, mas ele não se sentia bem e com seu bater de asas saia voando para outros jardins...

Em terra distante, cansado de voar, querendo apenas descansar o beija-flor resolveu parar... Era um jardim vazio como nunca tinha visto antes... E no meio dele tinha a flor miúda e murcha, e perto dela ele chegou... Ela se disse magoada e cansada de sofrer, sozinha estava a espera de um único amor... Um único beija-flor.

Ele pra ela deu carinho e afeto, a fecundou com o pólen do amor e a flor na mais linda se tornou... Com o tempo o jardim rico e cheio de vida ficou. E o beija-flor só para ela se entregou.

A flor pediu para que o beija flor prometesse que não visitaria mais nenhuma flor, que não voaria com seus amigos e seus insetos não caçaria mais... Deslumbrado com a beleza da flor e a riqueza de seu jardim, acreditando que só dela poderia viver, o beija flor concordou... E ali ficou, nunca mais voou para outro lugar.

Fazia tudo pela flor, trazia água, fazia sombra em dias quentes, a protegia dos ventos da vida, velava seu sono. Um dia porém a flor seu néctar negou. Sem saber o que fazer o beija-flor perguntou
- Por que? -
A flor respondeu
- Suas asas trazem pó e sujeira para minhas pétalas, me sinto suja quando você vem...

O beija-flor não podia acreditar naquilo que ouvia... Não sabia mais pra onde ia... Sentiu-se culpado pela perda, sentiu-se pequeno e se entregou a essa dor.

Suas asas, depois de tanto tempo sem voar, já não suportavam seu peso, e dali não podia sair... Sem o néctar não tinha mais energia e conseqüentemente não podia caçar seu alimento... Foi perdendo as forças e acabou no chão, sobre a sombra de sua ex-flor, ali no chão, suplicou, mas a flor não ouviu, aos seus apelos não escutou. Ele pediu néctar para alçar mais um vôo, mas a flor simplesmente negou e no frio e ao relento ela o deixou.

Quase que desacordado o beija-flor escutou uma voz suave a lhe chamar:
- beija-flor, beija-flor...
Ele ao se virar observou um velho amigo que há muito tempo não via, outro beija-flor... Ele lhe trazia um pouco de néctar, com aquilo o beija-flor novamente voou, foi um vôo pequeno, mas em outro jardim ele chegou, cansado próximo ao chão ele pousou e uma flor de campo ele encontrou.

A flor do campo a ele seu néctar ofereceu... O beija-flor que tinha se esquecido de voar, pela outra flor sua vida ele deixou de levar, mas para aquela simples flor do campo ele resolveu se entregar... Ela jamais lhe pediu algo em troca, e ele finalmente pode compreender a diferença entre a privação e a doação.

Hoje ele ainda esta reaprendendo a voar, mas felizmente ele encontrou aquilo que no principio estava procurando, algo maior, que não estava na beleza nem na riqueza, mas que se encontrava na pureza e na simplicidade de uma flor do campo, o amor verdadeiro....

Beija flor.......


Já me sinto um beija-flor
Em vôo rasante
Sobrevoando campo limpo.

Meio coagulado de licor
Antevejo o infinito dos instantes;
Sem ti, que grande saudade sinto!

Já diáfano este recinto
A mim se apresenta,
Do brilho de teus olhos, distante;
E as horas e as pessoas sem cor

Engolem-me, e sorvo o absinto
Amargo, acre do vazio constante;
Insossa, a lágrima
Rasa a íris e derrama-se incolor.

Neide

ƒєlίcίđαđє. . .




мυitα gєŋтє тєм мєđσ đα ƒєlίcίđαđє
ραrα єѕтαѕ ρєѕѕσαѕ, єѕтα ραlανrα ѕίgŋίƒίcα
мυđαr υмα ѕérίє đє ђáвίтσѕ
є ρєrđєr ѕυα ρróρrία ίđєŋтίđαđє.
мυίтαѕ νєzєѕ ŋσѕ נυlgαмσѕ ίŋđίgŋσѕ
đαѕ cσίѕαѕ вσαѕ qυє αcσŋтєcєм cσŋσѕcσ.
ŋãσ αcєίтαмσѕ, ρσrqυє αcєίтá-lαѕ
ŋσѕ đá α ѕєŋѕαçãσ đє qυє єѕтαмσѕ
đєνєŋđσ αlgυмα cσίѕα α Dєυѕ.
ρєŋѕαмσѕ: “É мєlђσr ŋãσ ρrσναr σ cálίcє đα αlєgrία,
ρσrqυє qυαŋđσ єѕтє ŋσѕ ƒαlтαr, ίrємσѕ ѕσƒrєr мυίтσ.“
ρσr мєđσ đє đίмίŋυίr, đєίxαмσѕ đє crєѕcєr.
ρσr мєđσ đє cђσrαr đєίxαмσѕ đє rίr.

Poema do meu amor....



Nos teus olhos eu vejo a linda cor
Do celeste em dias de verão,
As cores também lindas do amor
Eu as sinto renascer no meu coração...



Teus olhos radiantes de esplendor
Lembram estrelas em constelação
Ficam baços sem ti em meu redor
E os meus muito brilham de paixão...


As pérolas que trazes no teu rosto
Arredondadas tanto a meu gosto
São a beleza que mais seduz.

Teus olhos que iluminam meus passos
Pelos caminhos cheios de percalços
Do meu feliz olhar são também luz...

Um raio solar incidiu suave no teu peito
Tornou teu coração num arco-íris admirável !
Refracção de um raio de luz perfeito;
Reflexão de sete cores, numa paleta inolvidável...

Abel gonçalves