8 de maio de 2008

Tudo o que tu já sabes






















Posso falar-te de nós os dois

Um pouco daquele ponto galáctico
Da nossa virtude que passeia de mãos dadas com os defeitos que nos consomem.
Poderia contar-te o que é o mundo sem ti
Contar-te de uma forma mitológica, fórmulas de lendas esquecidas
Para te dar cor ao horizonte, e gargalhadas sonoras para me lembrar que ainda existes,
Mesmo que a existência seja algo duro, um facto consumado de um ser que não se vê e que vive remoído no silêncio.
Mas, eu queria tentar fazer-te rir, chorar, encantar pelo meu lado místico que outrora amaste, e como amaste, entre a serenidade e a pura eloquência, entre o degrau e a queda
Entre o norte e o sul, amaste de um forma tua, que só tu poderias sentir assim.
Louco! De traços inesperados, e passos arriscados, sem medo da subida íngreme, do cume da montanha ou do chão. Deixar-te-ia eu partir?!
Sem escolha,
Não fui a tempo de te agarrar, de te dar a mão, de te olhar nos olhos,
Quando te vi, Já estava cega, absorvida por um mar de lágrimas que me impeliam de ver a cor dos olhos, os lábios gretados do frio que me preenchia a alma, e estava impuramente só.
Posso falar-te do tempo que passa e tu não chegas,
Da chuva que cai e me acobarda
Dos meus terrores nocturnos
E da saudade bruta e maior.
Posso até partilhar-te um pouco da dor que trago
Da falta que me fazes, dessa tua ausência crua e bruta que desabou em mim,
Que os seus olhos são tão verdes quando te vejo naquela estrela,
E tão sem cor quando o céu está cinzento.
Poderia falar-te de nós
De mim sem ti
Do que me lembro de ti…Mas tu já não saberás tudo isso acertadamente?!